_ Por que você não vem aqui em casa agora? Gelei. Estava tudo muito tranquilo enquanto tudo que eu tinha que fazer pra manter o Esaú na minha era ter longas conversas por texto no celular. Foi um longo processo até ali, e sem pressa. Eu já o conhecia bem, ele tinha a confiança rara de ser controverso sem pedir licença. Ser controverso não era algo permitido na Zona Sul. Se engajar num processo sem pressa era D.O.A na Zona Sul. Ah, como eu sabia disso! Eu estava brincando com a Providência. Quer seja a Divina, a Veraneia ou, resumidamente, Ipanêmica. E enquanto eu digitava e suava naquela prorrogação do verão, eu sabia que cada nova frase que ia ou vinha poderia ser a última. E mesmo sendo um romântico não-praticante, eu ainda era um romântico. E já me sentia assombrado com a ideia de perder tudo aquilo. Perder o Esaú seria o fim definitivo daquele verão, que às vezes já terminou com um gosto amargo. E eu ainda tinha muitos dias pela frente. Aquela pergunta me trouxe de volta da e...
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